Longas distâncias são percorridas por longos anos à uma vida melhor (o longo caminho da Gomes de Carvalho à ZN em busca do escritório com vista para a Avenida Nova)

 Longas distâncias são percorridas por longos anos à uma vida melhor (o longo caminho da Gomes de Carvalho à ZN em busca do escritório com vista para a Avenida Nova)


Na academia, os lutadores:


- meu, tem uma vizinha aí....


- a da Colomba pascal?


- a-travessa


- que que tem?


- ela mandou o João tirar a câmera do chuveiro dela porque disse que foi ele que colocou


- e ele?


- ele foi, porque ela disse que é casada com o sócio dele em outro bairro e está dando um tempo aqui porque o cara dá na cara dela, e ela vai dizer que é Maria da Penha.


- e daí?


- a esposa do João ficou puta e mandou a filha da corna da vizinha ir na loja eletrônica na frente da Caixa Econômica Federal na Voluntários da Pátria, porque eles fazem esse tipo de serviço para liberar os chuveiros dos motéis da área de prostituição da baixa Voluntários, quando vai juventude lá que não tem cadastro na prostituição.


- e ele foi mesmo assim?


- o marido dela, sócio dele, disse que se tivesse câmera e ela dissesse que foi ele, era possível que eles chamassem os dois para trabalhar, e eles estavam cheios de serviço no prédio em Santana.


- tá, mas....tinha mesmo essa câmera?


- ele falou que tinha um tipo de lentes e um suporte metálico para câmera, mas não tinha a cam.


- e o que a vizinha disse?


- ela não acreditou e disse que ele tinha acabado de instalar uma câmera, e ia mandar colocar ele preso.


- Puta que o pariu!


- não, meu, a mina dele luta aqui cara.


- essa não é a questão.


- fala aí.


- ó, se tem câmera no chuveiro dela, pois ele encontrou a lente, tem câmera no chuveiro de todo mundo. e aqui tem chuveiro prás minas, e minha casa é no fundo. Eu tenho que tomar banho, e minha mina também tem que tomar!


- vai sobrar prá mim.... - Deb


- ó, Deb, à partir de hoje você toma banho no chuveiro da gym quinze minutos antes de fechar, combinado?



A Thaís, esposa do Joca, começou a trabalhar no Itaim Bibi à noite. Todas às noites, ela saía do serviço e chegava na Avenida às 22hs30. Ia até a academia, e perguntava assim:


- Oi, tudo bem?


- Oi né.


- Quanto é a mensalidade aqui?


- 80 reais.


- e tem taxa de matrícula?


neste momento, Deb saía pela porta do chuveiro dos homens, enrolada em uma toalha, e falava:


- Oi, Thaís, você aqui de novo? 


- Oi Deb. Tem taxa de matrícula?


- Imagina, você é de casa!


- Ah, tá, quando eu tiver 80 reais eu volto então.


todas as noites.


uma noite, eu saí de lá após fazer as mesmas perguntas e tinha um pombo morto que fedia na porta.


o cara teve que tirar.


não, não era um kit misto quente da padaria. Era um pombo mesmo.


Disseram que rolava luta clandestina lá, e fecharam a academia. Na verdade, rolava luta na casa da mulher que sequestrava os enfermeiros budistas que ajudavam as mulheres budistas isoladas para recuperação na senilidade. Até a morte. A dona da rinha, que comprava jornais velhos do João como desculpa para dizer que assim pagava pelas informações cedidas do blog da Thaís à ela, que era deputada, se sentava no colo dele com uma faca no meio das pernas.


Foi em um forró assim que essa senhora me sequestrou para esfaquear minha barriga e jogar minha filha no meio dos bandidos que passavam sinal de zap um para o outro em Sergipe. A menina nasceu deficiente, mas como meu marido conseguiu avisar o médico, ela conseguiu um lar adotivo na família nossa.


Atualmente, minha filha vive com parentes em outro distrito no Norte, e tenta lutar para levar a AACD o mais distante que o alcance de sua reabilitação possa chegar - pelo pouco que observo daqui.


Quando percebemos que a sociedade deixou-nos doentes e aos nossos filhos, não nos sentimos tão culpados por contar nossa história. É tudo o que nos resta. Vamos contar histórias melhores que walking dead, Freddy Krugger, Laranja Mecânica, chubbaka, através de novos estigmas de um passado de horror?


Você sabe fazer o certo?


Não?


Não tem certeza do que é bom?


Não experimente fazer alguma coisa por alguém, se na verdade, você está tão refém o quanto ele.


O que fazer então?


Não faça visitas


Não coma carne


não use drogas


Algumas pessoas iniciam o Programa no passo 8 e 9, após o 1, 2 e 3.


Eles dizem que não conseguirão confiar em ninguém como referência de atitude.


Portanto, o passo 8 nos diz que devemos escrever o nome das pessoas que ferimos e nos deram novas chances.


O passo 9 diz que devemos procurá-las e falar de nossa dor por nossas atitudes.


As que deliberadamente tentarem uma aproximação de afetividade conosco, são as certas para confiarmos. São aquelas que sempre entenderam nossa situação, e nos amaram apesar de toda a dor.


Quando as pessoas erradas, que nos aliciaram, e que querem nosso mal são procuradas por nós para nosso pedido de perdão, elas utilizarão a brecha de nosso sentimentalismo para nos aliciar de novo. São elas que nos devem desculpas, não nós. Se nós podemos cuidar de nossas vidas de forma independente, e ainda assim nos fazemos reféns do crime, é porque, você deve ser parte desta quadrilha.


Se você é vítima, doente, usado, descartável, humilde, pobre, podre, roqueiro e até mesmo um pouco punk, as pessoas ainda assim lhe devem desculpas. Não tenha medo de reivindicar sua restituição e indenização, caso tenha sido estuprado, violentado, mutilado, roubado, extorquido, e aliciado às drogas. Se voltarem à lhe drogar em sua residência, procure antes de tudo, a assistente social de um Posto de Saúde. Tratamento do HC e AACD não é droga, pois a Anvisa determina dosagens seguras ao reestabelecimento da saúde. Se você é maníaco e acha que pode interferir no tratamento de alguém, mas utiliza essa desculpa como forma de inserir drogas no lar da vítima, SE MANCA, você deve desculpas a ela, e não se tocou ainda de que devia vestir uma burqqa do Afhghanistão para não esbarrar em ninguém. Pode ficar tranquila porque você ainda poderá ser estupradinha pelos seus amigos narcotraficantes de quadrilha, por cima, por debaixo, pelos lados daquela roupa caliente. Por enquanto, prefiro ficar peladinha e sossegada na minha vidinha pacata.



Se você é criança, tenha esperança de que um dia você alcançará os passos 8 e 9.



Talvez, você tenha sorte, e seja degolada. Mas caso contrário, pode ser que também seja colocada à prova de fogo em alguma salsicharia.


A Interpol está aí prá todos, e Hollywood, Billboard consagra muitos estrangeiros para salvar alguns, e condenar outros à questões de pena de morte um pouco.....mal resolvidas.......


Ah, o forró não é prá dançar de par não, viu. Quem dança de par é Maria Bonita. A gente, pega uma água sem gás e sem álcool no copo de vidro, e fica dando passinho curto de um lado pro outro no canto da pista, rebolando um pouquinho, fazendo charminho pro paquera que está lá se acabando com as donzela de alforria, chega uma colega, a gente faz uma piadinha, não faz bailinho da Honolulu, quando a colega fala que o tio, o pai, a mãe, alguém que a gente confia DE VERDADE (o que te ajudou a escolher a roupa da festa) chegou, a gente vai, mesmo que seja para outra casa que não seja a do marido.

Forró é tipo: mãe, pai, tutor, sei lá, já tô transando. Posso te mostrar quem é o cara na frente do pessoal?


Depois que junta, o forró é dos filhos, não tem mais forró, nem salsicharia para os pais.


Quando ficamos velhinhos, o Baião de Dois junta os caquinhos que os forrós separaram.


E começa tuuuudo de novo. mas desta vez, a gente tá junto nessa etapa, até que alguma louca divida nossa casa, que já toda retalhada, mande nossa nora prá alguma clínica, meu marido prá entregar ovo de páscoa, minha "sogra" para a manicure chupar alho, meu neto, sustentar a casa no balé da salsicharia da Alemanha com a salsicha dele enroscada na salsicha do irmão adotado pela irmã mais velha, minha filha no hospital psiquiátrico junto com a cunhada (para ver quem vale mais HOT), meu filho trocando ideia com um respirador eletrônico na UTI pública, pois o Plano de Saúde recusa a falta de acompanhante, perdido, sem RG.....é mesmo né....era por ele que nós estávamos lutando. É. Crucificaram Jesus Cristo mesmo. E ninguém sabe porque essa gente nos recusa um tratamento que só precisamos pagar porque eles já provocaram a doença em nós, e que ninguém ganha nada mais por isso.


Fica a dica.


Se beber, não dirija.



Thaís Fernanda Ortiz de Moraes

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