Comunidade Avenida Paulista

  A operadora de loja do Carrefour Express do Center 3, sabe?


A menina gordinha com olhos puxados cor de mel, sabem quem é ela?




Ela é tão doce o quanto doce de leite, ela parece um pouco um doce de leite também.




Tão oposto à desgraçada da baleia do Edifício Brasília Corporate que ficou batendo-boca comigo hoje, depois de me ignorar para fazer outra coisa; depois de ela falar que "é problema seu se você estava aí antes de eu começar a atender a outra pessoa", como se não estivesse trabalhando e sim fazendo um favor. A desgraçada de filha de uma vaca da recepcionista gorda e desaforada me deixou muito chateada.




Então, eu xinguei ela de baleia, fiz um vídeo cheio de palavrão falando mal dela, e me senti mal porque pareceu como se eu tivesse falado mal de todas as gordinhas. E não é assim que eu me sinto.




A menina do Carrefour, por exemplo: ela está sempre de bom humor, mantem o emprego dela na loja há mais de 3 anos acho. Agora pensa: a menina é gordinha, está rodeada de comida, não pode comer o tempo todo porque está trabalhando, fica em pé fazendo reposições, isso cansa de dar fome! Mas ela sempre está sorrindo um sorriso lindo e cheio de doçura, tratando todo mundo com amizade, nunca fica irritada como se estivesse se sentindo explorada e morrendo de fome. Por isso que eu acho, que para algumas pessoas, o biotipo é gordinho mesmo, porque mesmo em situações em que uma pessoa menos gordinha se sentiria exausta, desanimada, com fome normalmente se sinta assim, ela sempre está bem. Isso porque o natural dela é gordinha, e talvez, se ela perdesse peso só para agradar a sociedade, ou os amigos, talvez daí ela ficasse desconfortável e irritada, por causa da falta de calorias com o que está acostumada.




Este artigo é sobre este abraço que eu queria muito poder dar em algumas pessoas da minha convivência na Avenida Paulista.




Nós somos em uns 50 ou 60, talvez menos.




Circulamos pela Paulista há mais de uma década. Alguns se efetivaram como artesãos, vendedores de rua, músicos de rua, atendentes de bares (como o pessoal do BH na Augusta), atendentes de supermercados, Hare Krisna, Testemunhas de Jeová, e outros, como eu, o Reneé e o Paulão, somos mais transeuntes. Mas todos nós sabemos quem somos um ao outro, e apesar de não conversarmos mais profundamente, nós sabemos muito sobre a história da vida que cada um expõe pela Avenida, e nos respeitamos como membros desta comunidade.




Se eu pudesse, abraçaria por 2 minutos essa garota do Carrefour.




E que abraço gostoso e acolhedor que deve ser! Porque ela é muito fofa!




Foi daí que eu pensei em um projeto para ela.




Lembra do free hugs?




Bom, ela ficaria sentada em uma poltrona confortável com uma roupa bem fofinha, tipo de felpudo, com um cartaz assim: receba um abraço bem fofinho por 2 reais para eu doar ao Graac.




Quando a pessoa abraçar ela, ela vai dar toda a energia, e mergulhar a pessoa naquele peito de amiga, fofinho. Depois, ela vai perguntar: porque você resolveu me ajudar? Um monte de gente passa aqui todos os dias, e não param. Você tem estado chateado por alguma coisa recentemente?




Ele/a vai falar; a menina do Carrefour vai responder o que estiver no coração dela, e depois ela vai pedir uma selfie.




Ao chegar em casa, ela vai contar para a pessoa de convivência dela, seja namorado/a, pai, mãe, irmã, melhor amigo/a sobre as histórias de cada uma das fotos, e assim também quando eles voltarem para abraçar e ajudar de novo.






Quando a menina do Carrefour tiver cerca de 150 fotos, ela vai escrever a história que ouviu de cada um, sem divulgar o nome nem as fotos. Vai falar no livro como se sentiu no dia, como a história relatada mudou o dia dela, e porque ela decidiu dar aquela sugestão para a pessoa.



Isso é muito bom para mim, porque a Avenida Paulista foi o lugar que eu me refugiei quando tudo estava desmoronando, e nem na Igreja eu podia ir porque não tinha apresentação de congregada.



Na segunda fase do projeto, a menina do Carrefour vai visitar adolescentes do Graac para falar sobre a história das pessoas do livro, e doar um livro às crianças do Graac. Isso, porque a gente fica triste por tantas bobagens e nem pensa que ficar doente é bem mais difícil. Esta fase do projeto, é mais ou menos o contrário da primeira, porque quando estamos em fase de Graac, ficamos muito frágeis, muito sensíveis, então, não recebemos abraços calorosos. Mas ainda assim, se houver permissão da equipe, gostamos de receber visitas de pessoas e profissionais capacitados, que não falem bobagens, e nos distraiam da rotina maçante de tratamento.




No fim, a menina do Carrefour vai perguntar a opinião do pessoal do Graac sobre o que eles diriam às pessoas do livro. Ela vai assinar uma dedicatória no livro que doar às crianças do Graac, e vai se despedir, dizendo que: "eu não vou te dar meu número, porque celular muda o tempo todo. Pode ser que leve algum tempo, mas eu gostaria que você participasse do meu projeto. Por isso, vou te deixar meu email. Tenho esse endereço faz tempo, e não vai mudar. Pode me escrever sempre que quiser".




E quando eles perguntarem:






"Quando?"


("Quando vem?)


(câncer não tem: 'você não vem mais?' Mais o que? Mais quimioterapia? Amanhã ninguém sabe e hoje é mais quimio. câncer não tem: 'você não vem de novo?' De novo é besterologista abusivo DE NOVO!? câncer não tem 'não vem?', porque aprendemos apesar de tudo a ser positivos. câncer não tem 'Quando você volta?', porque voltar é retroceder, e nós não falamos a palavra "volta" no Graac, para não voltarmos uma etapa do tratamento. câncer não tem 'Quando você vem?', porque pode ser que o voluntário que venha não seja mais você. Na verdade, Graac não usa nem a palavra "quando" porque "quando" é incerteza de tempo, e nós aprendemos no Graac a ser positivos. Mas quando a criança sentir coragem de perguntar "Quando?"


Ela vai dizer que:




"Pois é. O pessoal da Paulista quer saber a mesma coisa. Você quer que eu volte?"




O objetivo é que em algum momento do contato, seja na primeira conversa ou posteriormente, o jovem do Graac que está lendo o livro queira pedir um abraço para ela.




Isso é bizarro porque eu comecei meu contato com ela há cerca de 3 anos, achando que ela deveria perder peso, e que estava trabalhando no mercado para se preparar para uma bariátrica.




Eu achava que ela precisava mexer com dinheiro, porque é leve, e ajuda ela entender quanto de comida dá para comprar com os valores. Eu achava que ela precisava estar ao redor de comida para resistir à compulsão. Mas não era nada disso. Ela nem deve ser tão compulsiva. Como eu disse, ela deve ser naturalmente bem deste jeito. E ela é tão bonita! O tempo mostra que ela não somente manteve seu emprego por todo este tempo, integrando a Comunidade da Paulista, como também, mantem a simpatia, o sorriso, a energia.....






Nossos melhores amigos, que nem ao menos sabem o nosso nome, mas estamos todos tão acostumados uns com os outros = Avenida Paulista, a mais linda de todas do país!





Um grande abraço à todos da nossa Comunidade Avenida Paulista,




Luv,




Thaís Fernanda Ortiz de Moraes

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