Dia do surdo
Hoje, dia do surdo, eu inicio a tarde com uma denúncia e uma crítica severa ao sistema de tratamento ao surdo no Brasil.
Há mais de 10 anos o Brasil entrou em Acordo Comercial com os Estados Unidos para a compra e instalação de aparelhos para surdez coclear, que são instalados no crânio do surdo. Este Acordo Comercial ainda vigente prevê como benefício à população geral, o upgrade e atualização tecnológica de grande parte da telefonia Brasileira, inclusive a oficialização de sinais clandestinos na periferia, usados pelo narcotráfico, além da importação de diversos produtos em tecnologia para toda a população.
Estes aparelhos chegaram, cerca de centenas de milhares, mas nunca foram instalados nos surdos do Brasil. A alegação do governo, é que o SUS não tem leitos disponíveis para o atendimento, e o surdo já está se comunicando massivamente através da LIBRAS no Brasil.
O governo acreditava que somente a compra destes aparelhos seria suficiente para nosso avanço tecnológico no Acordo Comercial. Essa ilusão é enganadora e cruel por 2 principais motivos: a estrutura de tecnologia somente acontecerá neste caso, quando o surdo for habilitado ao uso do aparelho coclear, adaptando e elevando todo os nossos sistemas urbanos no processo. Além disso, a LIBRAS não é um sistema de comunicação pleno, e um tanto o quanto rudimentar. Há muitas e diversas possibilidades de tratamento tecnológico disponível ao surdo no mercado hoje, que possibilita a ele a audição ainda que parcial. O Acordo Comercial firmado pelo Brasil em conjunto com os Estados Unidos garante o acesso gratuito à tecnologia coclear, que garantiria melhor qualidade no tratamento da surdez.
Graças ao nosso descaso e negligência, centenas de milhares de aparelhos de surdez estão retidos em galpão do SUS, sem aproveitamento à população que sonha com a habilidade da audição.
A habilitação do surdo à ouvir faz parte integral da inclusão social, digital e de deficientes.
Com todo o meu amor,
Thaís Fernanda Ortiz de Moraes
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