Verisure e Astor, a funerária do tio de papai
"Ô Jô, onde fica seu interfone nesses dias?"
"Deixei na casa da Terezinha"
"Ah, e sabia que eu estou morando de dinda? Só tem que mandar o leite dos menores"
"Fica de sussu então, né garota?"
"Vou tentar não levantar muita poeira quando der revoada, pode deixar."
"Mas fale, o que a senhorita deseja?"
"Pôxa, você está sumido....."
"Eu fico escondido mesmo"
"Você cai em muito buraco-negro da Verisure."
"Se fossem todos da Verisure estava bom. Tenho raiva do seu pai por isso. Por que ele não deixa a Verisure cuidar dessas casas do tio Astor?"
"Jô, ele já explicou que isso é trabalho do serviço de vigilância patrimonial do estado de São Paulo, pois há locais de limítrofe em que há casas que não foram encontradas ainda, apesar de constarem no serviço de vigilância patrimonial do Estado de São Paulo. Nesses lugares não há infraestrutura, não há comércio por um raio de mais de 5 kilômetros, a água e a luz são "gambiarra". Alguns desses lugares são regiões de declive, vale, e a luz do sol somente aparece após às 11hs da manhã, necessitando sóis artificiais, os Epicots. A empresa "Sucos del Valle", da Coca-cola, financia esses Epicots Paulistanos. O senhor gosta? "
"De Sucos del Valle? Gosto muito. E por que ele não terceiriza esta empresa de casas cedidas pela prefeitura?"
"Porque ele já terceirizou para a empresa Visibilidade, onde ele trabalha, e que faz a logística deste trabalho. Uma outra empresa, que se chama Longo Alcance de Narcóticos Anônimos também faz isso de forma filantrópica. Você já deve ter ouvido falar, sendo herdeiro daquela bodega que seu pai Angelo chamava de "Sujinho".....
"Eu não faço nada demais na birosca do meu pai. Por que seria assunto de Narcóticos Anônimos?"
"Bem, álcool é droga; E além do mais o Angelo's fica em uma esquina estratégica, né? Quando fecha fora do horário comercial afeta todo o fluxo de trânsito da cidade.....Olha, álcool é droga, mas suco pode. Qual é seu Sucos de Valle favorito?!"
"Acho que é de pera. Foi por isso que você me ligou?"
"Não existe Sucos del Valle de pera, seu Jô."
"É que eu só tomo coca-cola. Não é da mesma marca?"
"Não, né? Cada produto da empresa coca-cola é uma marca com ações independentes."
"Fala para inventar de pera então"
"Tá, vou escrever no blog. Mas....queria saber por que você faz Podcast?"
"Fiz pacto com uma seita que não permite que eu faça nada de novo por enquanto"
"Projac???"
"Não. Chama-se Figueira. Eles falaram que eu preciso limpar meus canais das influências de uma transição interplanetária"
"Ah, você morreu com um token?"
"É. Tipo isso. E eles estão limpando todas as minhas frequências relacionadas àquele token para eu poder viver bastante e produzir mais vídeos novos."
"Obrigada Senhor Deus! Eu sinto muito sua falta."
"Nossa, obrigado."
"Aquele seu programa "Viva o Gordo" marcou história na televisão brasileira."
"Eu gostava muito de fazer"
"Vamos sonhar com sketches então....."
"Você tem pensado em algo?"
"Pensei em um varredor de rua....."
"Mas, para ser caricata teria que ser gay ou algo do tipo.....e eu já tenho o Capitão Gay....."
"Não, não.....é o "Gari Ladrão"
"Uhn....um "Gari Gatuno".....
"Não, não.....Gari Ladrão mesmo....."
"Como assim menina? Ele ia roubar do lixo por acaso?"
"Tipo isso: ele ia roubar do outro gari que trabalha com ele....."
"Mas isso não é aceito nem na cadeia....."
"Só que na lógica ética dele "achado não é roubado", porque o colega achou no lixo e os dois trabalham lá....."
"Putz, genial. Quem te inspirou nessa coisa toda aí"
"Eu conheço uma compositora que rouba minhas músicas porque para ela eu só penso bosta que não vou fazer nada com as merdas que escrevo. Só que ela ganha milhões de dólares com minhas composições"
"Putz, então vou ter que te pagar pela conversa?"
"Só se você prometer que não vai esquecer, que vai anotar e que vai produzir assim que puder."
"Tá, então.....me dá mais no que trabalhar...."
"O Gari Ladrão rouba um chaveiro do bolso do colega Astor. Daí ele fala: tenho que conseguir uma carteira também para chamar o chaveiro com o cartão de crédito. Chegando na casa, ele leva um rolo de macarrão na cabeça e uma chave de braço no pescoço, e lhe roubam a carteira. Ele consegue subir no telhado e ligar para a Turbo com seu seu celular "emprestado" (onde foi que deixei o celular novo que eu encontrei no lixo?). Localiza um carro, e ao entrar diz: "Putz, que sorte eu ter encontrado esse chaveiro hoje, não ia conseguir entrar neste carro de aplicativo de outra forma!" "É o que eu sempre digo, errado é achar e não poder carregar.....Por causa do meu olho gordo, eu quase fico refém da família do Astor de novo.....(basicamente, a historinha nova (sketch) iria se passar na casa invadida. Aliás, com a invenção da Turbo, não faz mais sentido roubar carros para dar passeios, como faziam os caranguejeiros do passado.....deve ser por isso que os carros por aplicativo eram a única coisa que o Gari Ladrão não roubava e tinha orgulho de fazer......chegava de manhã para cumprimentar o Astor "Ai, Astor, fui dar um passeeeeeio de carro ontem.....tudo pago, sabe, no meu cartão de crédito. Mas daí, né, sua tia Filomena (sempre era a tia Filomena) roubou minha carteira de novo!. Linhas gerais, o diálogo era parecido, mas após, o Gari Ladrão saía 25 minutos mais cedo para se trancar no banheiro e ver o que tinha achado no bolso do Lampião desta vez, o Astor entrava no vestiário e dizia: "Putz, cadê minha carteira?"
(detalhe: ele havia perdido o chaveiro, o celular, a carteira, o isqueiro, o livrinho da Seicho-no-ie, um monóculo com a foto da família, um radinho de pilha, 9 cigarros e uma Playboy - "ufa, pelo menos deixaram meus dois últimos cigarros....!")
hahahahahahahahaha
Obs.:
ESSA CONVERSA NÃO ACONTECEU. ESTOU ENVIADO JÁ PARA VOCÊ. ESPERO QUE LEIA PARA QUE NUNCA ME FALTE O SUCOS DEL VALLE DE CADA MANHÃ DE SOL.
Com carinho,
Thaís Fernanda Ortiz de Moraes
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