Os donos da mufula

 O tio louco e estuprador ficou sabendo através da noiva do primo evangélico que havia porcaria na casa da noiva, a Iolanda. A Iolanda conseguiu avisar o Otávio, e ele ajudou-a a sair do cafofo. A Iolanda entrou, ficou e saiu o tempo todo com uma classe invejável, diga-se de passagem. Não se ouvia um pio além de palavras de carinho para seu filho e marido, muita união e paz. Mas ela sabia que havia porcaria e ficou com medo, por isso avisou o Otávio, apesar de gostar muito de morar na Vila Acadêmica do Tucuruvi, onde ela estudava jornalismo EAD e trabalhava como Supervisora de Limpeza em uma firma de Prestação de Serviços. Ia todos os dias para o serviço com seu carro, que ela se orgulhava em dizer que comprou à vista e fazia questão de usar camisas passada à ferro e um sapato de salto quadrado.

O tio estuprador colocou a prima do dono da porcaria, uma funkeira com história de princesa, para dentro do cafofo sujo, e a sobrinha abusada chamou o lixeiro às 5 da manhã para levar a mufula.

Dois meses depois, com a ajuda do Otávio, a sobrinha conseguiu uma casa melhor para o casal de funkeira e músico, em posse da mufula do cafofo do refém.

Será que a funkeira se recusa a abandonar o cafofo, e prefere viver com a mufula, para que fique sujo para a sobrinha - que compra ovo para os amigos do Lar Espírita?

O músico acredita na esposa, que o dia de Hoje preparou pare ele, e fez por onde. Se mudaram na madrugada de ontem.

Mas antes, o músico disse assim, que vai furar a parede toda para deixar bem claro que está passando um "pente-fino" na própria casa antes de sair, para que não encontrem mufula dentro da parede de novo.

A funkeira está chateada porque a família dela não "se toca" e fica ameaçando o lar em que ela reside, com alegações de que continuará enfiando mufula para estocagem deles, com a mesma chave que o tio louco e estuprador da vizinha entra para aterrorizar geral. Então, a funkeira fez um pedido a seu Orixá de batismo, e a sua mãe-de-santo protetora lhe auxiliou a colocar um tranca-porta na área de serviço. Ela ficou feliz, pois isso lhe dá um motivo a mais para estender a roupa na casa nova, com seu marido. 

A vizinha (sobrinha), recebe algumas visitas noturnas para assinar o cheque do ovo e entregar ao carteiro, e também de seu fisioterapeuta que a ajuda após uma queda na escada da lavanderia na Santa Terezinha.

Talvez eu devesse sentir medo de expor a situação a vocês. Mas a questão, é que na pior das hipóteses, os primos chatos não encontrariam a menina em casa ao entregar o negócio deles, e sentiriam-se aliviados por poder tomar conta. Mas a reza já foi encomendada com o Lar Espírita do Mandaqui, e a porta dela está resguardada, caso ela queira ficar um pouquinho perto do resto da família que ela ama, porque não é da conta de ninguém quantos lares uma pessoa sustenta.

Obs.: com a bolha inflacionária do mercado imobiliário, as unidades de apartamentos podem ser vendidas abaixo do valor, e as famílias podem ter dois ou três apartamentos, para seus filhos universitários, ou para os maridos e esposas fazerem seus home offices.

E CADA UM NO SEU QUADRADO!

Assinado,

Alyia Sumatis Tadeu